quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Para os hipócritas de plantão...

Oi gente,
Faz tempo que não passo aqui, a verdade é que estou muito ocupada e tão ocupada estou que já não consigo mais pensar e admito que criar bons textos está difícil para mim, e como não quero deixar de lado o meu lindo blog e nem postar qualquer coisa só por postar, deixo pra vocês um poema que adoro e que exprime muito do que penso, nada mais, nada menos que "Poema em linha reta" do pseudônimo Álvaro de Campos, meu querido Fernando Pessoa.

    POEMA EM LINHA RETA
Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.
Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,
Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?
Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?
Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Introspecção


Em guerra
Comigo mesmo
Constante, em brasas.
Pensamentos fulgurantes
Atitudes desastrosas
Bebida, cigarro
Piedade, amor, paz
Tudo se contradiz.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Século XXI


Cultura do descartável?
Que mundo é esse?
Amar e ser amado...
Tão difícil quanto rezar e ser ouvido?
Porque usar se tornou tão usual?
Será influência do consumismo?
Não sei!
A atualidade me faz querer reviver...
A coita do amor, o amor ardente de Camões.
E fico por aí.